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O conjunto de municípios do Alto Vale do Jequitinhonha tem em sua essência a economia criativa. Diante desse potencial, o Sebrae Minas, iniciou o programa “Inovação Musical”. Entre os dias 3 e 6 de junho, em Diamantina, foram ofertadas formações gratuitas para músicos, regentes, maestros e empreendedores ligados ao setor.
A cidade foi a primeira a receber os módulos formativos ‘Empreender na Música’, ‘Crescer no Conjunto’ e ‘Luthieria como Negócio’, ministrados pelo Instituto Orquestra Ouro Preto, que há 25 anos empreende um modelo de negócio. “A nossa orquestra é um empreendimento. Para chegarmos nesse nível de sustentabilidade foi necessária uma mentalidade empresarial e, por isso, alinhamos expectativas, entregas, qualidade, gestão e comunicação para chegar aonde estamos hoje”, compartilha o diretor artístico e regente, maestro Rodrigo Toffolo.
A analista do Sebrae Minas, Kele Vespermann, destaca que é impossível não contemplar bandas, orquestra, músicos e cantores dentro das tradições culturais, mas frisa que esse grupo está constantemente ameaçado, principalmente pela falta de recursos financeiros. “Com o ‘Inovação Musical’ estamos criando uma consciência de que esses artistas também são empreendedores, que podem abrir um CNPJ, ofertar novos serviços e fazer uma gestão de carreira”, diz.
Música como mercado
Com a decadência do ciclo de exploração do ouro e diamantes, o lugar de terras férteis abriu espaço para a agricultura e as artes. Enquanto os homens partiam para desbravar as matas ao entorno, escravos que ali ficaram foram para a fabricação de fubá ou cultivo de frutas. Nesse novo modelo econômico e de convivência, a arte ganhou espaço e a música sempre esteve presente por meio das corporações musicais.
Hoje, quem anda nas cidades do Alto Vale do Jequitinhonha, além de contemplar o patrimônio arquitetônico, observa o artesanato em madeira, a tecelagem, os oratórios, os balaios, os crochês e os quadros que retratam a paisagem. Toda essa riqueza também está presente na música, seja em letras e partituras, celebrações religiosas, festividades cívicas.
Na terra de JK e Chica da Silva, a música é oportunidade para aquecer o comércio. Estima-se que cerca de mil turistas am pela cidade a cada edição da ‘Vesperata’, fato que faz mobilizar uma equipe de 70 profissionais ligados à musica, além de movimentar bares, hotéis, restaurantes e atrativos turísticos. Em 2025, 16 espetáculos estão sendo realizados.
Rafael Pitta, teve seu primeiro contato com a música aos 10 anos de idade, quando ganhou de presente uma flauta doce. Dos 13 aos 17 anos, tocando em casamentos, viu que era possível seguir carreira e decidiu graduar em música. Hoje empreende dando aulas particulares, além de ser maestro da Banda Mirim de Diamantina – uma das atrações da Vesperata.
Pitta participou das oficinas e destaca que, “na medida que íamos avançando, fomos entendendo como se dá o processo de construção de uma marca. O curso foi essencial para ampliar a visão sobre empreendedorismo na música, a importância de saber gerir esse tipo negócio e outras oportunidades que podemos explorar”. Ao final do curso o maestro recebeu, em nome da Banda Mirim e da Escola de Música, uma caixa de ferramentas. Com a doação do Sebrae Minas e da Orquestra Ouro Preto, será montada no espaço municipal uma Sala de Luthieria, onde os músicos que participaram da formação podem oferecer o serviço de reparo e manutenção de instrumentos.
Afine sua carreira
O Sebrae Minas oferece e e orientação para quem deseja empreender na música. Na plataforma Sebrae Play, já estão disponíveis cursos e conteúdos sobre empreendedorismo musical, formalização de negócios criativos, estratégia e gestão, finanças, marketing digital, dentre outros voltados para o setor.
Assessoria de Imprensa Sebrae Minas – Regional Jequitinhonha e Mucuri
Samuel Martins (Stark)
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